the anti-bucket list
A minha querida amiga (e segunda-fotógrafa-maravilha) Joana tem um dos blogues mais fantásticos e inspiradores que eu conheço, o The Paper and Ink. Hoje fez uma publicação que eu adorei e que fiquei mortinha por imitar: a Anti-Bucket List. A lista consiste, de forma simples, num enumerar daquilo que já está feito, dos objectivos cumpridos, dos accomplishments.
Para dizer a verdade, apesar de 2016 ter sido um ano horrendo para o mundo, foi um ano bastante positivo para mim, e acabei por cumprir mais do que aquilo que acreditava que ia conseguir. Também teve alturas chatas, é verdade, mas hoje é para focar nas positivas e dar a mim mesma uma palmadinha nas costas, que também mereço!
APRENDER A ESQUIAR
Este é, provavelmente, o meu acontecimento do ano. Para quem não sabe, eu tenho medo de alturas. Também não sou grande fã de velocidades, nem de me espatifar contra árvores. Por isso, quando a Melanie me deu a volta para irmos fazer uma semana de ski com a família dela, eu tive todas as reacções que se possam imaginar: ansiedade extrema, ameaças de que ia ficar todo o dia a beber chocolate quente no apartamento, berros de como era um desperdício levar-me, ataques de riso ao experimentar as roupas e o capacete, noites em branco, a ver vídeos sobre como fazer esqui no youtube, you name it. Foi um inferno de ansiedade e de preocupação. Despedi-me da minha família como se fosse para a guerra, mas lá entrei no avião.
Chorei que nem uma desalmada nas primeiras subidas de teleférico, chorei quando pus os skis e chorei durante a maior parte das primeiras aulas. E depois, no fim do primeiro dia, dei por mim à gargalhada. E pior, dei por mim morrinhas que chegasse o dia seguinte!
A verdade é que tive um professor amoroso, o Rudi (que era Checo, sabia dez palavras de inglês e umas trinta de alemão, que eu também acabei por aprender, especialmente langsam - devagar), que foi inacreditavelmente paciente comigo e que me deu a mão em todas as subidas de montanha, quando eu me babava outra vez a chorar. Tive colegas amorosos, como a Thea, a Gabby, a Tiffi e o Michael, que eram quase tão pategos como eu e que tomavam conta de mim nas descidas (o Michael ia sempre em último para me ajudar a levantar quando eu caía) que tornaram tudo mais fácil — e a verdade é que estou a contar os meses para poder ir outra vez para as pistas, desta vez com um bocadinho mais de confiança.
VIAJAR PARA UM PAÍS NOVO: SUÉCIA
Esta viagem começou com uma das minhas piores experiências de viagem, graças à TAP, mas acabou com a simpatia na Norwegian Airlines e com a maravilha que é ter wi-fi a bordo de um avião!
A Suécia foi uma surpresa maravilhosa. Ficámos com amigos que adoramos e que partilham a nossa obsessão por jogos de tabuleiro, comida boa e dias calmos e doces; descobrimos Estocolmo a pé e de metro, nos dias mais solarengos do ano, em que o sol se punha à uma da manhã e renascia às duas, uma hora depois. Eu fiquei maravilhada com os supermercados (sabem como é aqui, que há os produtos normais e depois um corredor mínimo de comida saudável? Lá é ao contrário: um supermercado inteiro de comida maravilhosa, e um ou dois corredores de porcaria. E eu presumo que seja isto que explique o facto de os Suecos serem todos lindos de morrer), com a simpatia das pessoas, com a disponibilidade para ajudar turistas como nós, com a limpeza das ruas e a doçura das pessoas com quem falámos. Foi fantástico rever amigos de Erasmus da Melanie, conversar noite fora e provar sabores diferentes, aprender a cozinhar coisas novas. Eu encontrei a minha alma-gémea gastronómica num cardamom bun comido em Utö, uma ilha onde passámos o fim-de-semana, entre carraças (morderam-me cinco!), gargalhadas, Machi Koro, casas de banho com baldes de terra em vez de água mas com corações de madeira na porta e casas que pareciam de bonecas, e a luz mais bonita que já fotografei. A Suécia merece um post só para si, e esse virá assim que as entregas de casamentos acalmarem!
TER UMA EXPOSIÇÃO A SOLO
Aconteceu em Outubro, e ainda que nem tudo tenha corrido como desejado, a verdade é que agora posso dizer que tive dez dos meus auto-retratos expostos no Porto, na minha cidade Natal, com toda a pompa que não pude aproveitar em Ourense por ser demasiado longe. E é uma sensação fantástica, saber que pude ter tanta gente que adoro presente: a minha família, os meus amigos do coração, a família da Melanie, e tantas pessoas que conheci naquela noite e que me fizeram sentir uma estrela. Lembro-me de me deitar, naquela noite, e suspirar de alívio e de felicidade — e de ter a sensação que não podia pedir muito mais do que aquilo.
TER FÉRIAS EM FAMÍLIA
Eu sei que as tenho todos os anos, mas este foi o primeiro ano em que tanto o meu pai como a minha irmã de nove anos vieram para Porto Santo connosco — e foi maravilhoso! Entre os banhos de mar, as corridas para a piscina, a Gabi a roubar figos da árvore em frente à nossa Villa e a comida maravilhosa do Pestana Colombos, mal podemos esperar para repetir!
BULLET JOURNAL
O bullet journal foi, provavelmente, uma das maiores mudanças que fiz em termos de organização, este ano. Tenho-o desde Agosto, e a verdade é que o adaptei às minhas necessidades (já não sigo muito as linhas gerais), mas fez uma diferença monumental na forma como trabalho, como organizo o meu tempo e como dou prioridade às coisas que importam.
Sentar-me no início da semana, desenhar o meu plano semanal e perceber onde e como é que as coisas vão acontecer é um sossego para mim, rainha da desorganização e incapaz de manter uma agenda por mais de três semanas. Ah, e fez-me aumentar exponencialmente a minha colecção de washi tape, porque sim.
CONTINUAR A COSTURAR
A minha aula de costura é uma das minhas partes favoritas da semana. São duas horas e meia de conversas com senhoras maravilhosas, doidas e queridas, de partilha de receitas e de aprendizagem sobre costura e sobre tanta coisa que eu não fazia ideia. São a única coisa que me faz sentir verdadeiramente incluída em Viana, e algo que vou continuar quando sair da cidade, mesmo tendo uma viagem semanal pela frente.
COMPRAR UM iMAC
Como o bullet journal, comprar um computador de secretária mudou completamente a forma como eu trabalho, a velocidade a que o faço e os níveis de concentração. Agora, quando me sento em frente ao computador, não tenho séries a dar em background, não páro de dez em dez minutos para ver o facebook, nem jogo candy crush sentada na cama quando devia estar a responder a e-mails. Agora, com a secretária, tenho um espaço para trabalhar e no resto da casa um espaço de lazer, sem que se misturem e que me permite ser muito, muito mais eficiente.
CORTAR O CABELO
Pode parecer uma idiotice de primeira, mas eu andava há anos a ameaçar, sem ter coragem para fazer o corte. Pedia sempre uns centímetros, pouquinho, até perder a cabeça, em Maio, e passar de ter o cabelo pelo meio das costas a tê-lo ligeiramente abaixo do queixo. Foi das coisas mais libertadoras que já fiz! Passei o verão sem tocar no secador de cabelo ou no ferro de alisar, experimentei penteados novos e senti-me muito, muito mais leve!
REBRAND
Este ano, e depois de um parto difícil, a Luminous ganhou um novo logo e toda uma nova imagem! Foi um refrescar daquilo que eu já via há tanto, e que sentia que já não me representava da forma necessária! Graças à
Natalia Kołodyńska , o novo logo ficou maravilhoso e os cartões e toda a parafernália acompanharam!TIRAR UM DOS MEUS AUTO-RETRATOS FAVORITOS
2016 não foi um ano especialmente dedicado au auto-retrato. O último que publiquei foi em maio, mais ou menos na altura em que comecei a organizar a exposição. Mas ainda assim, um dos últimos que consegui partilhar tornou-se uma das minhas fotos favoritas de sempre. Não é o maus arrojado nem o mais calmo, mais pacífico. Mas eu amo esta fotografia e consegui, a custo, incluí-la na exposição.
FAZER CASAMENTOS MARAVILHOSOS
Fiz casamentos do caneco, este ano. Desde quintas novas, a casais maravilhosos e adoráveis e queridos, a dias que passaram a correr e que acabaram na fila para comprar o novo livro da JK Rowling, a viagens de carro com a minha equipa maravilha (a única razão pela qual estes casamentos correm bem, porque sem a Jo e a Lila eu não dava três passos sossegada), chupakabras e afins, foi uma época fantástica. E ao que parece, se as coisas se alinharem, a do próximo ano também será!
Obrigada por estarem aqui comigo, e por fazerem parte deste 2016! E que 2017 nos traga ainda mais prosperidade, mais amor, saúde e comida boa, e acima de tudo a paz que o mundo anda a precisar! Feliz 2017!